27 de ago. de 2009

As escolinhas e o fim dos campinhos

As escolinhas de futebol proliferam por todos os cantos do Brasil. É certo que somos o país do futebol, mas antigamente se aprendia e se treinava quase que exclusivamente nos campos de várzea e campinhos nos terrenos baldios nos bairros. O que mudou agora e qual a razão do crescimento exponencial das escolinhas? Primeiramente, o futebol tornou-se um grande negócio, que movimenta bilhões, mobiliza a mídia, a população e atrai os jovens e suas famílias, que projetam um futuro promissor na carreira de jogador profissional, o que gera uma demanda também profissional na formação e cooptação de novos jogadores através destas escolinhas e divisões de base dos clubes. Esse fenômeno se potencializa com a penetração do capital privado neste setor, capitaneado pelos investimentos de empresários, nacionais e internacionais. Em segundo lugar, com o enorme crescimento urbano, os espaços disponíveis pra criançada jogar bola estão desaparecendo, ao mesmo tempo em que as escolinhas oferecem ainda a segurança que não se encontra mais nas ruas. Por tudo isso, parece que o profissionalismo e os interesses econômicos se integram cada vez mais ao processo de formação dos jogadores brasileiros, desde as raizes do nosso futebol, que estão nos bairros populares e na periferia das grandes cidades, através das quais ocorrem a mobilização e a adesão da enorme maioria do nosso povo. Se nessa nova realidade haverá espaço para novos artistas como Pelé, Garrincha, Zico e muitos outros, isso só o tempo dirá.

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