Política e futebol sempre estiveram juntos. A invenção deste, conforme os historiadores, liga-se diretamente ao processo de industrialização na Inglaterra. Aos afeitos a teorias conspiratórias, pasmem: foram os próprios operários que inventaram o esporte. Parece que para esquecer a dureza do labor. Afinal, como escreveu Cervantes: “é impossível manter o arco retesado sem um lícito recreio”. Não demorou muito e esses homens praticantes do ludopédio criaram times e sindicatos para lutar por melhores salários e condições de trabalho.
Assim, iniciou a trajetória de um esporte que em nosso país entrou e tornou-se o esporte número um, a despeito da resistência de alguns intelectuais e literatos como Lima Barreto. Este olhava o esporte como uma ameaça à cultura nativa.
Hoje, numa sociedade em que a força do capital se espraia por todos os cantos do mundo, o futebol é, para milhares, a possibilidade de mobilidade social. Isso faz com que seja uma profissão que dispensa tempo de estudo formal, MBA, domínio de algum idioma, etc.
Para ser jogador e ter sucesso profissional é preciso ter uma combinação de inteligências múltiplas que resulte em habilidade com a pelota no pé; na capacidade de agüentar situações de intensa pressão e cobrança. Claro que hoje os campos infestam-se de cabeçudos, velocistas com habilidade zero e desequilibrados emocionais. Aliás, jogadores com essas características sempre estiveram em nossos estádios. Em determinado período mais em outros menos. Mas nunca deixaram de brotar. Não vamos nos iludir e pensar que perna-de-pau apareceu no futebol brasileiro depois que Paolo Rossi, o 9 da seleção italiana, nos abateu no Estádio de Sarrià, na Copa da Espanha, em 1982. É fato que muita gente boa não passa na peneira. Ainda assim, a regra para se dar bem no futebol é ter talento ou saber fazer gol.
Parece que nesse ponto o futebol aproxima-se mais uma vez da política brasileira. Pois, há muito, se difunde que a ação política deve ser assumida por especialistas e letrados. Nada contra esses e longe de fazer apologia ao autodidatismo. Mas o cientificismo e número de diplomas não podem ser condição para uma pessoa participar da política, seja para concorrer ou ocupar cargos eletivos. Refiro-me à política em seu significado mais abrangente: o meio utilizado para distribuir o poder e a riqueza existente em uma sociedade, ou, de outra forma, o debate público sobre a efetividade de ações que visem o bem comum numa determinada sociedade.
Um caso exemplar sobre a semelhança entre futebol e política, independente de uma avaliação acurada do seu governo, isso podemos tratar futuramente, é a trajetória política do presidente Lula. Um apaixonado por futebol, como a maioria dos brasileiros, que sempre que pode bate uma bola com seus “companheiros”. Tanto quanto o futebol, a política parece ter como base inteligências múltiplas que são adquiridas longe dos bancos escolares, das faculdades e cursos de pós-graduações, etc.
A ação política não pode ser vista como uma prática restrita a eruditos e diplomados. Os defensores dessas ideias elitistas lembram o filósofo Platão. Este acreditava que o melhor governo seria aquele dirigido por reis-filósofos. Aqui no Brasil, a história mostra que futebol e política ainda são espaços em que aqueles com diminuta cultura formal podem participar.
Xô para lá Platão e a previsibilidade tecnicista que embota nossos jovens nas chamadas “oficinas de futebol”. Nelas, crianças de famílias abastadas ingressam para nutrir o sonho dos pais de ver o filho selar um contrato milionário com algum time da Europa.
Assim, iniciou a trajetória de um esporte que em nosso país entrou e tornou-se o esporte número um, a despeito da resistência de alguns intelectuais e literatos como Lima Barreto. Este olhava o esporte como uma ameaça à cultura nativa.
Hoje, numa sociedade em que a força do capital se espraia por todos os cantos do mundo, o futebol é, para milhares, a possibilidade de mobilidade social. Isso faz com que seja uma profissão que dispensa tempo de estudo formal, MBA, domínio de algum idioma, etc.
Para ser jogador e ter sucesso profissional é preciso ter uma combinação de inteligências múltiplas que resulte em habilidade com a pelota no pé; na capacidade de agüentar situações de intensa pressão e cobrança. Claro que hoje os campos infestam-se de cabeçudos, velocistas com habilidade zero e desequilibrados emocionais. Aliás, jogadores com essas características sempre estiveram em nossos estádios. Em determinado período mais em outros menos. Mas nunca deixaram de brotar. Não vamos nos iludir e pensar que perna-de-pau apareceu no futebol brasileiro depois que Paolo Rossi, o 9 da seleção italiana, nos abateu no Estádio de Sarrià, na Copa da Espanha, em 1982. É fato que muita gente boa não passa na peneira. Ainda assim, a regra para se dar bem no futebol é ter talento ou saber fazer gol.
Parece que nesse ponto o futebol aproxima-se mais uma vez da política brasileira. Pois, há muito, se difunde que a ação política deve ser assumida por especialistas e letrados. Nada contra esses e longe de fazer apologia ao autodidatismo. Mas o cientificismo e número de diplomas não podem ser condição para uma pessoa participar da política, seja para concorrer ou ocupar cargos eletivos. Refiro-me à política em seu significado mais abrangente: o meio utilizado para distribuir o poder e a riqueza existente em uma sociedade, ou, de outra forma, o debate público sobre a efetividade de ações que visem o bem comum numa determinada sociedade.
Um caso exemplar sobre a semelhança entre futebol e política, independente de uma avaliação acurada do seu governo, isso podemos tratar futuramente, é a trajetória política do presidente Lula. Um apaixonado por futebol, como a maioria dos brasileiros, que sempre que pode bate uma bola com seus “companheiros”. Tanto quanto o futebol, a política parece ter como base inteligências múltiplas que são adquiridas longe dos bancos escolares, das faculdades e cursos de pós-graduações, etc.
A ação política não pode ser vista como uma prática restrita a eruditos e diplomados. Os defensores dessas ideias elitistas lembram o filósofo Platão. Este acreditava que o melhor governo seria aquele dirigido por reis-filósofos. Aqui no Brasil, a história mostra que futebol e política ainda são espaços em que aqueles com diminuta cultura formal podem participar.
Xô para lá Platão e a previsibilidade tecnicista que embota nossos jovens nas chamadas “oficinas de futebol”. Nelas, crianças de famílias abastadas ingressam para nutrir o sonho dos pais de ver o filho selar um contrato milionário com algum time da Europa.
concordo globalmente com voces.
ResponderExcluire pergunto oque acham desta tentativa de elitizarem o futebol. com ingresos caros,a nao venda de bebidas alcolicas nos estadios e a criminalizacao das organizadas.
esta e uma tematica a ser discutida,sem falar no monopolio da rede Globo,e o horario ridiculo de 22h no dia de semana.
É Rafael, a TV está tomando conta do futebol.Mas acho que isso é uma tendência mundial de mercado. Está caro e perigoso ir ao Maracanã especialmente nos jogos às 21:50h. Acho que a proibição de bebida alcoólica pode ser uma boa experiência para diminuir a violência nos estádios que está demais, vejamos. Quanto às torcidas organizadas, acho que não devemos generalizar, mas existem problemas com drogas e violência que precisam ser superados. O Estatudo do Torcedor precisa ser mais utilizado e aprofundado, a começar pelo respeito dos dirigentes e patrocinadores pelos torcedores, que efetivamente pagam por tudo. Conforto, segurança, preços razoáveis e horários apropriados,são condições básicas para que os estádios de futebol fiquem lotados novamente.
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